De acordo com o Serasa, o índice de inadimplência no Brasil em 2021 é de 30% . Se isto é ruim para o país como um todo, para as pequenas e médias empresas pode ser um gatilho para graves crises financeiras.
No entanto, é possível trabalhar de forma orientada e estratégica para evitar a inadimplência dos clientes e melhorar esta taxa – escapando assim desta temida estatística.
Afinal, não importa o quanto você seja bom na triagem de novos clientes e no monitoramento da saúde financeira dos clientes existentes; haverá alguns clientes que se tornarão inadimplentes.
Mesmo os melhores clientes podem ter problemas para pagar suas dívidas. Por isso, é preciso estar preparado para cobrar.
E isto não é apenas para construir estratégias e oferecer produtos e serviços que atendam especificamente à sua demanda. Compreendê-los permite que você saiba como evitar a inadimplência antes de sofrer com este tipo de problema.
Uma pesquisa de mercado aprofundada pode ajudar neste esforço para que este tipo de evento imprevisto, tão prejudicial à saúde financeira das empresas, não tenha tanto impacto em sua rotina.
O que é inadimplência?
À primeira vista, a inadimplência é o não pagamento de uma conta ou dívida. Ou seja, é o descumprimento de alguma obrigação financeira por parte de um devedor.
O que é uma pessoa inadimplente?
Uma pessoa inadimplente é aquela que possui uma dívida ativa e ainda não realizou o pagamento. Nesse sentido, há alguns perfis de consumidores inadimplentes que serão discutidos abaixo.
Perfil do consumidor inadimplente
De modo geral, não há sobretudo um tipo de consumidor inadimplente, mas sim vários. Segundo um estudo publicado pelo Brasil Econômico há quatro tipos de consumidores inadimplentes, sendo eles:
Devedor viciado
O devedor viciado corresponde ao consumidor que faz muitas compras por impulso. Além disso, ele não tem organização financeira e muitas vezes compra mais do que consegue pagar.
Embora esse tipo de devedor seja ruim, ele normalmente realiza o pagamento de suas dívidas assim que percebe que elas estão vencidas.
Devedor ocasional
Já o devedor ocasional é aquele que sempre paga suas dívidas em dia, porém por algum fator pontual acaba não quitando alguma dívida. Seja por exemplo, imprevistos financeiros, motivos de saúde ou algum outro problema familiar.
Esse tipo de devedor não apresenta perigo para as empresas, pois eles são mais fiéis com suas dívidas. Sendo assim, ele quitará a dívida o mais rápido que puder.
Devedor negligente
O devedor negligente parece um pouco com o devedor viciado, pois ele também faz muitas compras por impulso. Além disso, esse tipo de devedor não se organiza financeiramente, ou até mesmo esquece de pagar suas dívidas mensais.
Por isso, nesse caso é importante relembrar o devedor de forma mais incisiva e constante sobre suas dívidas. Pois só assim ele será capaz de quitar com a mesma.
Mau Pagador
Para as empresas em geral, o mau pagador é o pior tipo de devedor. Assim como o nome diz, esse tipo de devedor pouco se importa em pagar com suas dívidas. Além disso, não faz questão de manter seu nome limpo na praça. Logo, pode ser difícil para a empresa conseguir receber o valor devido.
Por isso, muitas vezes é necessário recorrer aos meios legais para conseguir receber. Como esse tipo de cliente é péssimo para a empresa, ele deve ser evitado ao máximo.
Quanto tempo o nome fica inadimplente?
Segundo a advogada Liana Rossi da Silva, quando um cliente não realiza o pagamento de sua dívida o nome do mesmo pode ser incluído no sistema de proteção ao crédito SPC/Serasa. Uma vez que o nome do devedor estiver nesse sistema, ele sofrerá com o impedimento de realizar algumas transações comuns.
Por exemplo, o devedor dificilmente conseguirá crédito na praça, seja por meio de empréstimos, cartão de crédito ou financiamentos. Mas quanto tempo o nome fica inadimplente?
Caso uma dívida não seja quitada, o nome do devedor pode ficar por até 5 anos no sistema SPC. Normalmente, as dívidas mais comuns são as de empréstimos e financiamentos e cartão de crédito.
Entretanto, a inclusão do nome do devedor no sistema de proteção ao crédito não ocorre automaticamente. Assim que a dívida vence, a empresa credora já pode informar ao SPC ou Serasa sobre o não pagamento da dívida.
Em seguida, o órgão enviará uma carta informando ao devedor que ele deve quitar sua dívida em alguns dias ou o seu CPF será negativado. Entretanto, caso o nome seja negativado e o devedor realize o pagamento da dívida seu nome será retirado da lista.
Sendo assim, é comum que em até 5 dias após o pagamento da dívida o nome seja regularizado no SPC.
Quais são as consequências de quem fica inadimplente?
Como dito acima, ter o cpf negativado pode causar diversos problemas, o mais comum delas é a inclusão do nome em serviços de proteção ao crédito. Entretanto, a inadimplência pode afetar muito mais do que as pessoas pensam.
O que a inadimplência pode causar?
Em primeiro lugar, ela pode causar restrições de crédito. Em outras palavras, ela dificulta diversas modalidades de transações, entre elas:
- compra com cheque;
- empréstimos bancários;
- financiamentos, dentre outros.
Além disso, pode reduzir o score do devedor. Embora poucas pessoas saibam ter um bom score é importante. Pois muitas empresas olham o score dos clientes para ver o histórico de crédito deles.
Outra consequência da inadimplência é que a empresa credora e o banco podem penhorar os bens e bloquear o acesso às contas bancárias do devedor.
O que significa risco de inadimplência?
Em resumo, ele se refere à probabilidade do cliente não quitar sua dívida. Além disso, através dessa análise a empresa consegue prever os impactos e os danos causados pela inadimplência.
Sendo assim, a empresa consegue lidar de forma mais fácil e com menos prejuízos com os possíveis devedores.
O que é estudado no risco de inadimplência?
Acima de tudo, são avaliados as seguintes informações:
- Histórico financeiro do cliente e seu histórico no mercado;
- Condições para pagar a dívida;
- Capital e patrimônio do cliente;
- Situação financeira atual do cliente, por exemplo, média salarial e renda mensal.
O que são sistemas como o SPC e o SERASA?
A princípio, o SPC e o Serasa são muito parecidos, pois ambos se tratam de um banco de dados com informações sobre mau pagadores.
Entretanto, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) é um banco de dados gerenciado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Serasa é um banco de dados da Associação de Bancos do Estado de São Paulo (ASSOBESP) e a Federação Brasileira das Associações de Bancos (FENABRAN).
Sendo assim, o SPC é mais voltado a oferecer serviços para lojistas, enquanto o Serasa possui mais informações sobre as instituições financeiras como bancos.
O que fazer para evitar a inadimplência?
O lado financeiro de sua empresa pode ser muito pesado, especialmente se você começar a ter muitos clientes inadimplentes. É bem provável que isso vire uma bola de neve, pois sem receber pelo pagamento de seus produtos ou serviços, você pode começar a operar no vermelho.
Mas, qual é a melhor maneira de evitar isso? Em primeiro lugar, faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que os clientes falhem nos pagamentos.
É claro que você tem controle limitado sobre a situação financeira de seu cliente, mas há maneiras de minimizar as chances de um cliente não quitar seus pagamentos.
Usando essas táticas, você pode incorporar medidas para evitar atrasos de pagamento ou inadimplência total de seus clientes.
Realize a análise de crédito dos clientes
Além da pesquisa da análise de crédito dos clientes, mergulhe no assunto através da análise individual do perfil de seus consumidores. Através de seu histórico, você pode identificar aqueles com maior potencial para gerar perdas com inadimplência e, assim, estar alerta.
Outra ação relevante, neste sentido, é pesquisar no SPC ou Serasa, entre outras associações deste tipo, para consultar o perfil dos clientes com pendências financeiras em instituições.
Se alguém tem crédito ruim, isso pode ajudá-lo a planejar a médio prazo para que qualquer inadimplente não prejudique demais o desenvolvimento e a manutenção de sua empresa.
Pesquise a credibilidade e procedência dos clientes
A princípio, a maneira mais eficaz de lidar com os clientes maus pagadores é evitando-os. Infelizmente, eles não se identificam tão facilmente assim. Por isso, uma prática comum é pesquisar a credibilidade e procedência dos clientes, mas como fazer isso?
Comece fazendo uma pesquisa tanto no SPC quanto no Serasa para verificar os detalhes dos clientes. Em seguida, verifique o histórico de crédito do cliente.
Quanto maior o trabalho, mais pesquisa você deve fazer. Se você encontrar algo adverso, cabe a você lidar com eles em termos mais rigorosos ou não.
Adote meios seguros de cobrança
Cada etapa do processo de cobrança deve ser registrada, assim como cada etapa da cobrança da dívida. Se for o caso, você não quer que haja nenhuma dúvida sobre qual o valor devido e como você tomou as medidas para resolver a situação.
Não importa quão cuidadoso você seja, a dívida acabará por acontecer. Por isso, você não quer se aproximar dessa situação sem nenhum plano de como lidar com ela. Sendo assim, antes que a inadimplência se torne um problema, certifique-se de ter um processo seguro de cobrança.
Por exemplo, é sempre uma boa ideia fornecer o máximo de opções de pagamento possível a seu cliente. Afinal, nem todos têm uma conta corrente ou podem fazer uma transferência bancária.
Nesse sentido, há muitas opções diferentes de pagamento disponíveis, por exemplo – PayPal, Pix, transferência bancária, boleto, cartão de crédito, entre outros.
Além disso, mantenha suas faturas simples e claras. Por exemplo, quando você envia uma fatura para um cliente, certifique-se de que todas as informações estejam de forma clara e direta.
Bem como, marque claramente o assunto do e-mail com a palavra cobrança e diga claramente o que você está cobrando, a que preço e como eles podem pagar.
Também é importante incluir informações como seu website, endereço de e-mail, ou endereço físico. Inclua toda e qualquer informação que seja pertinente ao que você está cobrando, para que seu cliente saiba imediatamente do que se trata.
Emita notas que comprovem a transação
O objetivo principal de uma nota fiscal é fornecer a uma empresa e a seu cliente um registro de venda. Além disso, uma nota fiscal serve a um propósito muito importante na contabilidade, pois elas demonstram a obrigação de um cliente de pagar por seus serviços prestados.
Sendo assim, uma nota fiscal oferece a verificação, por escrito, do acordo de pagamento entre sua empresa e seu cliente. Bem como, estabelecem suas condições de pagamento e permitem que você seja pago mais rapidamente por seus serviços.
Emitir notas fiscais também ajudam sua empresa em outras áreas, entre elas:
Contabilidade geral da empresa
As notas fiscais fazem um registro de todas as suas vendas e, portanto, são úteis para fins de contabilidade. Bem como, fornecem a documentação do histórico financeiro de sua empresa.
Além disso, elas rastreiam toda a receita que entra em sua empresa através das vendas e podem ajudá-la a avaliar seus lucros e fluxo de caixa.
Registros fiscais
Suas notas fiscais também fornecem documentação que ajuda a confirmar as informações listadas em suas declarações de impostos a cada ano.
Por isso, a Receita Federal recomenda que todas as empresas devem manter registros diários resumindo suas transações comerciais.
Proteção legal
As notas fiscais ajudam a proteger as pequenas empresas de falsas ações judiciais, porque elas fornecem detalhes dos serviços que você presta a seus clientes e a cronologia de quando você completa o trabalho.
Além disso, uma nota fiscal também fornece um registro do valor que um cliente concordou em pagar por seus serviços e as faturas assinadas podem servir como acordos legalmente vinculativos.
Tenha em sua cultura comercial a elaboração de contratos
Cultura comercial é o conjunto de valores, expectativas e práticas que orientam e informam as ações de todos os membros da equipe. Pense nisso como o conjunto de características que fazem de sua empresa o que ela é.
Uma grande cultura exemplifica traços positivos que levam a um melhor desempenho, enquanto uma cultura empresarial disfuncional traz qualidades que podem dificultar até mesmo as organizações mais bem sucedidas.
Verifique os sistemas de proteção ao crédito antes da venda
Como evitar a inadimplência? Dada esta situação, as empresas, em geral, necessitam fortalecer seus sistemas e controles internos de aprovação de crédito. Bem como, buscar ferramentas de proteção como, por exemplo, o Seguro de Crédito, que proporciona uma rede de segurança para os ativos a receber.
Afinal, o aumento da inadimplência agravada por um número crescente de recuperações judiciais e falências, contribui para o aumento do interesse das empresas pelo Seguro de Crédito.
Pois, o cenário atual exige planejamento e assertividade dos gerentes, e exige que eles desempenhem suas funções empresariais com a máxima eficiência.
Embora ele seja muito popular na Europa e Estados Unidos, no Brasil o seguro de crédito ainda é novo. Porém, a cada dia mais empresas estão usando esse recurso.
A mudança de postura é confirmada por um aumento nas compras do Seguro de Crédito Interno, que cresceram aproximadamente 55% em três anos. O segmento cresceu e se tornou mais sólido e conhecido, impulsionado pelos efeitos da crise.
Como estão os índices de inadimplência no Brasil em 2021?
Primeiramente, os dados mais recentes sobre a inadimplência são de abril de 2021. Neles, o Serasa informa que 63 milhões de brasileiros estão com contas atrasadas. Além disso, em 2021 cerca de 1,62 milhão de pessoas entraram na lista de negativados do Serasa.
Esses dados informam que esse percentual foi o maior desde agosto de 2020. Desse modo, hoje, cerca de 39,5% da população brasileira está inadimplente.
Outro dado importante do Serasa é o indicador de recuperação de crédito. Isso mostra que 56,4% das pessoas inadimplentes pagam suas dívidas em até 60 dias. Essa porcentagem em sua maioria está no setores de água e energia(67,4%), logo em seguida estão as dívidas com bancos e cartões de crédito(67,4%).
Inadimplência na pandemia
A pandemia de COVID-19 provocou graves efeitos na economia em todo o mundo, e o Brasil não é exceção. Afinal, a pandemia causou o fechamento de inúmeras empresas e aumentou o número de desempregados.
Entretanto, devido aos auxílios e linhas de crédito oferecidos pelo governo federal, o número de inadimplentes permaneceu constante. Desse modo, não houve um aumento expressivo desse valor.
Além disso, muitas empresas ofereceram a renegociação de dívidas de seus clientes a fim de conseguir receber os valores devidos.
Os setores que mais sofreram com a pandemia foram os setores de transporte e turismo. Outros setores tiveram que se reinventar, como foi o caso do setor varejista. Por exemplo, a compra pela internet(e-commerce) ficou mais comum. Desse modo, muitas lojas passaram a vender seus produtos pelo site ou pelo Instagram.
Mas, de forma geral, todos os setores foram afetados pela pandemia, e esses efeitos ainda estarão presentes por algum tempo.
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Conclusão
As finanças são um dos aspectos mais complexos dos negócios, mas são elas que permitem que as empresas tenham sucesso! Elas permitem expandir seu plano de negócios, contratar novos funcionários e, finalmente, medir o valor do seu negócio.
Por isso, não deve haver dúvidas quando se trata de receber o dinheiro de seus clientes, mas no caso de haver um problema de inadimplência, você pode e deve administrá-lo.
Sendo assim, a implementação precoce destas práticas em seu plano de negócios é uma ótima maneira de se preparar para o sucesso financeiro a longo prazo. E se tudo correr bem, você nunca precisará se preocupar com a cobrança de dívidas ou com clientes inadimplentes.
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