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Burnout: o que é, sintomas, diagnóstico, tratamento e como evitar

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Apesar da tradução para o português ser um tanto surpreendente, é assim mesmo que as pessoas se sentem quando chegam ao estado de burnout: “queimar-se por completo”. O termo representa uma síndrome, desencadeada pelo excesso de trabalho físico, emocional e psicológico que causa esgotamento, tensão e estresse crônicos e têm efeitos e consequências graves que refletem em vários aspectos da vida.

Uma reportagem publicada no site Agência Brasil, expôs os dados de um estudo realizado por pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e revela: ao menos um em cada seis profissionais de saúde apresenta sinais de burnout.

Entretanto, esse não é um transtorno específico da classe trabalhadora que atua na área da saúde. O burnout está presente em inúmeras situações do cotidiano e está relacionado com a vida profissional e/ou acadêmica do indivíduo que sofre sérias repercussões no dia a dia.

No Brasil, uma pesquisa promovida pela International Stress Management Association (Isma-BR) estimou que 30% dos trabalhadores sofrem da síndrome. Com a chegada da pandemia do novo Coronavírus e as transformações no formato de trabalho, crises de exaustão têm aumentado no país.

Isto porque a carga horária de trabalho dos brasileiros, apesar de estarem na média das 40 horas semanais, a contabilidade não contempla a troca de mensagens por aplicativo relacionadas ao trabalho, e-mails que chegam fora do expediente, entre outras situações.

Veremos a seguir, de forma mais aprofundada, o que significa a Síndrome de Burnout e o quanto o transtorno impacta na vida pessoal e profissional de cada um. Confira!

O que é a síndrome de burnout?

burnout exasperacao

A Síndrome de Burnout (SB), conhecida também como síndrome do esgotamento profissional, é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional relacionado ao trabalho.

Resultante da exposição excessiva ao estresse crônico no trabalho e caracterizada por três aspectos: sentimentos de exaustão ou de esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental das atividades, negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; e redução da eficácia profissional.

Atualmente, a SB é um dos temas mais investigados na área de Psicologia da Saúde Ocupacional devido às graves implicações que traz à saúde dos trabalhadores e das organizações, gerando importantes custos sociais e econômicos.

Aliado aos primeiros sintomas, problemas relacionados com ansiedade, depressão ou com o sono estão relacionados à SB, ou seja, problemas que se estruturam em resposta ao stress quando o indivíduo entra em estado de sofrimento.

Além disso, a SB pode aumentar também o risco de doenças cardiovasculares, endocrinológicas e alimentares. Estas doenças podem instalar-se com maior probabilidade como resposta ao stress e à exaustão.  Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão e até 2030 essa será a doença mais comum no país.

O que pode causar a síndrome de burnout?

burnout ansiedade

Além da irritabilidade em excesso por quem sofre de Síndrome de Burnout, o transtorno pode causar perturbações físicas, como distúrbios do sono, dores musculares, cefaleias e enxaqueca, problemas gastrointestinais, fadiga, problemas cardiovasculares e respiratórios, entre outros.

Sintomas psicológicos e cognitivos também podem estar associados à SB, entre eles, dificuldade de atenção e de concentração, sentimento de alienação e de solidão, problemas de memória, lentificação do pensamento, irritabilidade/impaciência, baixa autoestima e depressão.

Associado ao quadro físico e psicológico, a SB causa também alteração no comportamento como aumento da agressividade, dificuldade de relaxar, abuso de substâncias como álcool e calmantes, dificuldade de aceitação de mudanças, comportamentos de risco, absenteísmo, perda do interesse pelo trabalho e/ou lazer, tendência ao isolamento e até suicídio.

Como identificar os sinais da síndrome de burnout?

burnout loucura

Embora o Ministério da Saúde recomende que o paciente procure um profissional especializado para uma análise clínica, é possível perceber alguns sinais da síndrome de burnout.

Entre eles, compulsão em demonstrar seu próprio valor,  incapacidade de se desligar do trabalho, negação das próprias necessidades, fuga de conflitos, reinterpretação de valores pessoais, negação de problemas e distanciamento da vida social. Em alguns casos, a SB pode ser confundida com depressão e simplesmente estresse, dificultando o tratamento e até a identificação da exaustão.

Descrita em 1974 por Freudenberger, um médico americano, a SB está registrada no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um dos fatores que influenciam a saúde ou o contato com serviços de saúde, entre os problemas relacionados ao emprego e desemprego.

Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz analisou o impacto da pandemia e do isolamento social na saúde mental de trabalhadores essenciais. Os resultados revelaram que, no Brasil e na Espanha, sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% desses trabalhadores durante a pandemia. Mais da metade deles sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono.

Os primeiros sinais de exaustão estão ligados à produtividade do trabalhador que, com o desânimo e o cansaço, caem drasticamente. Outras características também estão ligadas à SB. São elas:

  • Distúrbios do sono;
  • Dores musculares e de cabeça;
  • Irritabilidade;
  • Alterações de humor;
  • Falhas de memória;
  • Dificuldade de concentração;
  • Falta de apetite;
  • Agressividade.

Sintomas característicos da síndrome de burnout

A exaustão física, principal característica da Síndrome de Burnout, causada pela sobrecarga de trabalho, também pode estar associada a outros típicos aspectos que refletem no comportamento do paciente e em atitudes negativas, como dissemos acima, alguma são:

  • Ausências no trabalho;
  • Agressividade;
  • Isolamento;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Lapsos de memória;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Pessimismo;
  • Baixa autoestima.

Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas bastante características que podem estar associadas à síndrome.

Como se chega a um diagnóstico de burnout?

burnout fadiga

O diagnóstico da Síndrome de Burnout é feito por um profissional especialista, após uma análise clínica do paciente. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma de tratamento, conforme cada caso.

Ao menor sinal indicado nas questões acima, recomenda-se a procura por um profissional que poderá identificar em que nível está a síndrome e como seguir com o tratamento. A sobrecarga de trabalho foi identificada como um dos maiores fatores de risco.

Entre outros fatores, conflitos entre os colegas e os superiores, a falta de reconhecimento e as poucas oportunidades de crescimento dentro da empresa também são motivos apontados para desencadear a SB.

O diagnóstico é basicamente clínico e leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. Respostas psicométricas dados a questionário baseado na Escala Likert também ajudam a estabelecer o diagnóstico.

Teste para ajudar a identificar a síndrome de burnout

Embora o diagnóstico de Síndrome de Burnout seja baseado em evidências clínicas e não haja exames laboratoriais que  diagnosticam a síndrome, como hemograma, análise bioquímica, macroscópica, microscopia, etc., alguns testes podem ser feitos para identificar os sintomas.

Dentre os diferentes métodos de se identificar o problema, está um questionário desenvolvido por um grupo liderado pela psicóloga americana Christina Maslach. Chamado MBI (Maslasch Burnout Inventory).

O documento propõe 22 itens que servem para se identificar o grau de burnout em uma pessoa ou grupo em três dimensões:

  • Exaustão emocional: o profissional não tem “mais capacidade de dar mais de si em um nível psicológico”, vive sem esperança e com baixa autoestima
  • Despersonalização: elemento ligado a uma perda de sensibilidade e à incorporação de uma atitude negativa sobre o trabalho e as relações
  • Satisfação pessoal: relaciona-se a uma tendência de o profissional se avaliar negativamente o tempo todo; ele se sente infeliz e insatisfeito com seu trabalho.

Alguns testes online oferecem a possibilidade de se orientar em relação aos sinais e sintomas que podem ser identificados por questões relacionadas à rotina, ao estado físico e emocional, ritmo de trabalho, entre outros.

Algumas profissões podem ser consideradas em suas respectivas rotinas preponderantes para a aquisição da SB. Apesar de não ser uma regra, a síndrome está ligada aos profissionais que possuem o cotidiano de pressão no trabalho, tomada de decisão ou que enfrentam risco de vida.

Entre elas, podemos citar algumas:

  • Profissionais da saúde em geral, principalmente médicos e enfermeiros;
  • Jornalistas;
  • Advogados;
  • Professores;
  • Psicólogos;
  • Policiais;
  • Bombeiros;
  • Carcereiros;
  • Oficiais de Justiça;
  • Assistentes sociais;
  • Atendentes de telemarketing;
  • Bancários;
  • Executivos.

Quais os tratamentos indicados para quem sofre com burnout?

burnout desanimo

Casos mais graves de Síndrome de Burnout exigem que os médicos prescrevam medicamentos, porém, em situações moderadas, é possível que os especialistas recomendem atividades físicas ou tarefas que ofereçam prazer ao paciente que o mantenha mais calmo e relaxado.

Intervenções voltadas para o indivíduo, tais como, psicoterapia, treinamento cognitivo comportamental, exercícios de relaxamento, encaminhamento para serviços de saúde, melhoria do estilo de vida e medicação, sob acompanhamento médico, apresentam resultados positivos, mas as mudanças na organização do trabalho têm alcançado efeitos mais efetivos e duradouros.

O diagnóstico de SB pode dar o direito de afastamento remunerado pelo INSS ao trabalhador. Nesses casos, o paciente tem direito a uma estabilidade de, pelo menos, 12 meses no trabalho.

Os efeitos e duração do tratamento variam de acordo com o paciente e a gravidade do caso. O acompanhamento psicológico online pode ajudar a controlar, minimizar e reverter os efeitos da Síndrome de Burnout.

Tratamento clínico

Assim como o diagnóstico, o tratamento deve ser feito sob os cuidados de um especialista – psiquiatra ou psicólogo, que podem mensurar a gravidade dos casos e indicar a melhor forma de solucioná-lo.

Entretanto, para tratar o Síndrome de Burnout, os médicos podem indicar a ingestão de remédios antidepressivos, como Sertralina ou Fluoxetina, por exemplo, para ajudar a ultrapassar a sensação de inferioridade e de incapacidade e a ganhar confiança,  principais sintomas manifestados pelos portadores da Síndrome de Burnout.

Aos poucos, o tratamento vai surtindo efeito e o paciente apresenta melhora no comportamento com o ganho de confiança e diminuição do mal estar físico como dores de cabeça e cansaço.

Atividades e exercícios recomendados

Já é de conhecimento de todos, principalmente da classe médica, que a prática de exercícios tem influência direta com a saúde em geral. A atividade física tem demonstrado ser um excelente coadjuvante no tratamento da Síndrome de Burnout.

Isto porque ao praticar atividade física o organismo libera uma série de substâncias ligadas ao prazer e ao relaxamento e previne comprometimentos funcionais ligados a uma hiperativação do sistema nervoso simpático, que é acionado em situações de stress, como no caso da SB.

Portanto, é importante encontrar o exercício que proporcione bem-estar e relaxamento, o que influencia também no fortalecimento desse hábito a longo prazo e facilita manter uma regularidade na prática das atividades.

Adequando a rotina para combater a síndrome de burnout

burnout chateacao

Ter uma rotina saudável de trabalho, principalmente depois da pandemia do novo Coronavírus, tem sido um desafio para a maioria dos trabalhadores, porém, é preciso estar em alerta constante para não cair na exaustão e adquirir a Síndrome de Burnout.

O primeiro passo é fazer uma reavaliação da rotina no cotidiano profissional. Alguns critérios e perguntas podem ser feitas e podem ajudar a identificar a SB. Uma avaliação sincera do rendimento é uma das principais atitudes.

Responder questionamentos como: “Você costumava ser uma pessoa competente e proativa, mas agora sente que trabalha no “piloto automático”?” ou  quando chega em casa se sente irritado, desanimado ou prostrado, pode ser um sinal de que está chegando à exaustão.

Desta forma, algumas mudanças podem contribuir para evitar este mal. Entre elas:

  • Tirar o trabalho do topo das suas prioridades de vida;
  • Descobrir atividades extracurriculares que lhe deem prazer;
  • Fazer mais passeios culturais;
  • Ler livros e revistas sobre temas sem nenhuma relação com a área em que atua;
  • Delegar tarefas;
  • Fazer exercícios físicos regularmente;
  • Alimentar-se bem e impor limites na quantidade de cafeína que ingere diariamente;
  • Estabelecer um horário fixo para dormir e acordar e nunca abra exceções;
  • Avaliar se o que o atraiu a esse emprego ainda o satisfaz ou se já não é hora de pensar em um plano B;
  • Fazer uma lista de prós e contras da função e da empresa em que atua hoje;
  • Conhecer pessoas novas;
  • Prestar atenção aos sinais do seu corpo.

Encontrar prazer em alguma atividade pode fazer com que o estresse seja aliviado evitando a SB. Há quem busque atividades físicas, há quem prefira ler um livro ou assistir a um filme, portanto, o que importa é se reconectar consigo mesmo.

Uma terapia, meditação ou yoga também podem contribuir para aliviar o estresse. Ambos ajudam a controlar seu nível de estresse, bem como reaprender a respirar. Isso significa ter o controle dos estados emocionais de volta e não aderir às exigências externas e internas de imediatismo.

Conclusão

burnout cansaco

Uma realidade cada vez mais presente na rotina da população, a Síndrome de Burnout tem se acentuado no último ano, com a chegada da pandemia do novo Coronavírus. Especialistas veem os problemas de ordem psiquiátrica com a exaustão profissional crescerem de forma considerável.

Uma pesquisa realizada em maio de 2020 pela Associação Brasileira de Psiquiatria, revelou que 59,4% dos profissionais da área perceberam um aumento de até 25% na quantidade de consultas realizadas.

Com a rotina desenfreada de trabalho, os sinais de piora do Síndrome de Burnout surgem quando o indivíduo não segue o tratamento recomendado e incluem perda total da motivação em relação ao emprego, acabando por faltar com frequência e desenvolvimento de distúrbios gastrointestinais, como diarreia e vômitos, por exemplo.

Em casos mais graves, é perceptível o risco do desenvolvimento de uma depressão, podendo, ainda, precisar de internação hospitalar para ser avaliado diariamente pelo médico.

Estabelecer uma rotina, como horários e atividades, de forma saudável, é a primeira indicação para evitar a SB. Na Assensus, acreditamos que todos devem ter objetivos e uma vida além do trabalho e do estudo, bem como uma rede de relações interpessoais e vínculos sociais que lhes deem sentido de viver.

Partilhar das aflições, frustrações, sucessos e insucessos – normais no dia a dia de qualquer pessoa, também faz parte de atitudes que evitam o estresse e o acúmulo desnecessário de sentimentos que causam ansiedade e sensação de fracasso.

Em profissões mais estressantes, que exigem do profissional tomada de grandes decisões ou que ofereçam risco de vida, é importante contar com a ajuda de profissionais especializados para delegar atividades.

Author: Marketing AssensusDep. de Marketing da Assensus

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