Quando pensamos em operações financeiras ou investimentos, nos preocupamos com o tipo, a margem de lucro e o tempo de retorno. Mas, como atingir os objetivos almejados se não conhecemos quais serão os indicadores financeiros da transação?
Quais são os principais indicadores financeiros disponíveis no mercado? No texto de hoje vamos apresentar o que são, quais os principais grupos e índices de mercado.
Vamos descobrir como interpretar os dados que esses indicadores nos fornecem e como aplicá-los de forma eficiente na gestão e nos investimentos. Munido de informações certas e seguras, é possível identificar se um negócio pode valer a pena ou não. Boa leitura!
O que são indicadores financeiros?
São métricas ou medidas quantitativas de resultados que servem para identificar a situação financeira de um negócio. Sua base de dados são as informações contábeis.
Elas servem para realizar análises de desempenho e de resultado, direcionando o gestor para a melhor tomada de decisão. Indicadores financeiros são ferramentas estratégicas para quem realiza uma administração focada em resultados.
Para isso é preciso definir, coletar, analisar e consolidar as informações com rigor e disciplina. Indicadores financeiros são interpretados a partir de demonstrativos de resultado de exercício (DRE), fluxo de caixa e balanço patrimonial.
Entre eles podemos destacar os retornos sobre investimentos (ROI) e sobre o patrimônio (ROE) ou as margens líquidas e brutas.
Qual a importância da análise de indicadores financeiros?
Ao analisar os indicadores financeiros de uma empresa, o gestor terá subsídios reais e seguros para tomar suas decisões.
A partir dos resultados, consegue elaborar o planejamento organizacional, estabelece as metas e as estratégias para um determinado período. Além disso, os indicadores financeiros são os principais termômetros quando o assunto é lucratividade.
Eles conseguem apontar se os resultados estão sendo satisfatórios ou não. Contribuem para um melhor controle na rotina diária do negócio, bem como implementar o planejamento de novos investimentos, melhorias ou ampliações.
Seja a curto, médio ou de longo prazo. Importante lembrar que uma análise de indicadores financeiros também auxilia em ações de redução de custos e de despesas, tornando a gestão ainda mais eficiente e assertiva.
– Importância dos indicadores financeiros para investimentos
Essa métrica de análise e de estudo permite que os gestores identifiquem os investimentos mais seguros e rentáveis.
A partir de informações seguras e do monitoramento do desempenho de organizações no mercado é possível escolher em qual projeto investir.
Ao examinar um indicador financeiro o investidor pode por exemplo, identificar o lucro ou o percentual de endividamento de uma determinada empresa. Além dos indicadores financeiros, os econômicos também devem ser considerados.
São índices como taxa de juros, inflação e Produto Interno Bruto (PIB), que de alguma forma podem afetar diretamente os investimentos e o andamento da gestão.
– Importância dos indicadores financeiros para empresas
Para as empresas, os indicadores financeiros disponibilizam dados importantes como o aumento nas vendas. Se estas geram lucro ou não, entre outras informações que demonstram os pontos fortes e os fracos que devem ser corrigidos.
A partir daí os gestores conseguem elaborar estratégias para corrigir essas deficiências e até mudar de direção, se for necessário. Como o próprio nome já sugere, indicadores financeiros auxiliam na análise da saúde financeira de um empreendimento.
São instrumentos que viabilizam acompanhar com maior exatidão os resultados de um negócio.
Como é feita a análise de indicadores financeiros?
Um estudo bem feito de indicadores financeiros inicia a partir da definição de quais são os objetivos financeiros da organização. Isso independe do perfil ou tamanho do negócio.
Todo gestor deve conhecer muito bem todas as questões envolvidas na companhia. São itens essenciais como metas, prazos, recursos e até variáveis.
Feito isso, o segundo passo é mapear todos os processos, determinando os cronogramas, as entradas e saídas de capitais, escolher o público consumidor, entre outros.
É preciso criar uma representação visual de todas as etapas, incluindo as pessoas, as decisões, os objetivos, etc. A terceira etapa inclui escolher os key performance indicators (KPIs), coletar o máximo de informações possíveis, verificar e comparar os resultados.
É preciso considerar dados como produtividade, lucratividade, rentabilidade, capital, liquidez e atividade.
Quais são os principais grupos de indicadores financeiros?
São vários tipos de indicadores financeiros que permitem realizar diferentes tipos de estudo de acordo com os objetivos preestabelecidos pelos gestores. As principais fontes de análise de dados são os demonstrativos da empresa como o DRE ou o balanço patrimonial.
Abaixo destacamos alguns dos principais grupos de indicadores financeiros, que permitem diferentes avaliações, como a rentabilidade; a lucratividade; a liquidez; a estrutura de capital ou de atividade. Confira!
– Indicadores financeiros de rentabilidade
Permitem verificar o lucro em relação às receitas, em um determinado período. Ou seja, permite dimensionar qual será o retorno financeiro em relação aos ativos, aos investimentos financeiros, ao patrimônio líquido, entre outros.
Investidores que injetam capital em uma determinada empresa precisam saber qual será o retorno estimado com o negócio. Para calcular a rentabilidade é preciso dividir o lucro obtido em um determinado período pelo valor que foi investido.
Esse percentual obtido representará a rentabilidade do negócio. É importante lembrar que para se obter boa rentabilidade, o gestor precisa de boas estratégias e engajamento das equipes. Para isso é preciso traçar metas e métricas e promover motivação.
– Indicadores financeiros de liquidez
Nesse tópico vamos falar sobre indicadores financeiros de liquidez corrente, que apontam a capacidade que uma organização possui para arcar com seus deveres em curto prazo.
Para esse cálculo é preciso considerar os ativos circulantes (os recursos financeiros) e o passivo circulante, que são as contas e os impostos que devem ser quitados em até 12 meses. Basta usar a fórmula: liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante.
Se o resultado for superior a um, demonstra que a empresa possui recursos para honrar seus compromissos financeiros, em curto espaço de tempo, se necessário. Se for igual a um, mostra equilíbrio financeiro.
Mas se for abaixo disso, significa que ela não possui capital suficiente para pagar as contas.
Vale lembrar que ainda existe indicador de liquidez seca, que não considera estoque como ativo circulante e o de liquidez imediata, que além dos estoques não registra as contas a receber.
– Indicadores financeiros de endividamento
Esse indicador pode ajudar as empresas a não colocarem a saúde financeira em risco. Afinal, um grande volume de dívidas e de empréstimos pode abalar as finanças e a segurança do negócio.
Por isso é necessário conhecer muito bem quais são e os papéis dos indicadores de endividamento. Entre eles temos:
* Participação de capitais de terceiro (PCT), que revela o volume de recursos injetados por terceiros;
* Composição do endividamento (CE), que ajuda a monitorar a origem e o nível das dívidas;
* Imobilização do patrimônio líquido (IPL), que indica qual é a estrutura de capital da unidade;
* Imobilização dos recursos a longo prazo (IRLP) é um indicador de recursos e patrimônio líquido.
Como é feito o cálculo de índices de indicadores financeiros de rentabilidade?
Um forte indicador de geração de lucros, o índice de rentabilidade permite uma visão ampliada de todos os setores da empresa; ajuda na tomada de decisões mais assertivas ; revela a margem de lucro, entre outros fatores.
Para se calcular esse índice é preciso ter em mãos os demonstrativos financeiros da organização e fazer os cálculos de forma precisa. Além disso, é preciso conhecer quais são e como esses índices vão impactar os indicadores financeiros de rentabilidade.
Entre os principais índices temos o de ativos; o de margem operacional e líquida; o de retorno sobre o capital; o payback, ou retorno, entre outros que vamos conhecer melhor a seguir:
– ROI
Para se calcular o retorno sobre investimentos (ROI) usa-se a fórmula: ROI = resultado obtido – investimento aportado / investimento aportado * 100.
Medindo o rendimento de um investimento em um determinado período, o ROI pode ser aplicado nos ativos financeiros, em campanhas de marketing ou em um próprio negócio. Ele ajuda os gestores a identificar os ganhos e as perdas em um determinado investimento.
Permite aperfeiçoar o negócio, corrigindo erros e enaltecendo o que está dando certo. O ROI pode ser adotado por empresas de todos os portes e perfis, melhorando a rentabilidade.
– ROE
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), como o próprio termo sugere, é um indicador para se identificar o lucro líquido de uma empresa. Ou seja, o grau de riqueza que ela possui.
É muito usado por investidores de ações que se baseiam em análises fundamentalistas. Sua fórmula ROE = lucro líquido / patrimônio líquido *100 calcula o quanto a empresa é eficiente para gerar lucros, partindo de recursos próprios.
Quanto maior for o resultado, maior é a capacidade de geração de lucro.
– Margem líquida
Por meio da fórmula margem líquida = lucro líquido / receita líquida *100 se consegue medir o lucro líquido de uma organização a partir do seu valor percentual. A composição da operação é a principal diferença entre margem líquida e margem bruta, como veremos a seguir.
Esse cálculo considera as despesas diretas e indiretas, os custos de prestação de serviços, a produção ou venda de seus produtos. A margem líquida representa o lucro líquido em relação à receita total de uma organização. É classificado como um forte indicador de rentabilidade.
– Margem bruta
Essa métrica mede o lucro bruto em valor percentual. Considera o faturamento total, o custo das mercadorias vendidas (CMV) ou do produto vendido (CPV).
A partir da fórmula margem bruta = lucro bruto / faturamento *100 o gestor consegue verificar o grau de eficiência de sua empresa em relação a alguns fatores como, por exemplo, as vendas.
Quanto maior for a margem bruta, melhor serão os resultados que a organização obtém na geração de serviço ou comercialização de seus produtos.
O resultado dessa operação pode contribuir para analisar a eficácia das estratégias adotadas ou determinar se um produto ou serviço é mais lucrativo que outro.
A partir daí é possível tomar ou alterar decisões, como reajuste de preço ou continuidade de produção ou não.
– Margem EBITDA
De origem do termo Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, a sigla EBITDA é um dos principais indicadores financeiros para medir os resultados de uma organização.
Ele avalia o volume de recursos gerados sem contabilizar a rentabilidade de investimentos ou descontos tributários. Ele também colabora na avaliação de desempenho das ações na bolsa de valores e no desempenho de empresas de diferentes países.
Sua fórmula margem EBITDA = EBITDA / faturamento *100 indica a capacidade de organização para gerar lucro e valor para seus acionistas. Além disso, ajuda a encontrar o índice de endividamento ou o indicador da dívida líquida EBITDA.
Como é feito o cálculo de índices de indicadores financeiros de liquidez?
Índices de liquidez fornecem dados fidedignos sobre o cenário e o momento financeiro de uma empresa. Por meio de sua avaliação é possível identificar se a organização possui recursos necessários para honrar seus compromissos com terceiros.
Ou seja, qual é a capacidade que possui para pagar as contas. Seu cálculo relaciona os valores ativos e os passivos, disponíveis no balanço patrimonial e também no fluxo de caixa da organização.
Para se obter esse percentual a contabilidade deve trabalhar com quatro tipos principais de índices de liquidez. Cada um deles possui definições, características e interpretações diferentes. Seguindo nosso texto é possível entender melhor cada um deles.
– Índice de liquidez corrente
Conhecido pela sigla LC, o índice de liquidez corrente calcula a capacidade que uma empresa tem para fazer seus pagamentos em um curto espaço de tempo.
Para se obter esse índice é preciso dividir o ativo circulante pelo passivo circulante, por meio da fórmula LC = ativo circulante / passivo circulante. É um dos índices mais preferidos e usados para esse fim.
– Liquidez seca
Bem parecido com o item anterior, o índice de liquidez seca (LS) difere por não considerar os estoques do ativo circulantes. Isso porque são menos realizáveis a curto prazo. Outro diferencial entre os dois índices é que o de liquidez seca é menor que a liquidez corrente.
Seu cálculo parte da fórmula LS = (ativo circulante – estoques) / passivo circulante. Ele considera os recursos que a empresa possui para pagar seus compromissos a curto prazo.
– Índice de liquidez imediata
Considerado um dos índices mais conservadores do mercado, o LI considera apenas as contas e os valores disponíveis em caixa, saldo bancário e aplicações financeiras. Sendo esse último recurso resgatável em um curto espaço de tempo.
Todos esses dados são apresentados por meio do balanço patrimonial da empresa. Além dos estoques, seu cálculo também não considera as contas a receber de vendas a prazo. Por isso o índice de liquidez imediata é muito variável.
Seus valores são de fácil movimentação. Importante destacar que LI alto não representa necessariamente um bom controle sobre as contas.
Isso porque, nem sempre manter recursos em caixa é um bom investimento. Seu cálculo é feito a partir da fórmula LI = disponível / passivo circulante.
– Liquidez geral
Esse índice ajuda o gestor ou investidor a ter uma visão geral da solvência de uma empresa. Por isso, além de todos os índices já mencionados, a LG considera ainda os direitos e as obrigações da empresa.
Ou melhor, o seu realizável e o exigível por período maior de tempo. Contas essas que também podem ser obtidas no balanço do patrimônio da organização.
O LG se obtém por meio da fórmula LG = (ativo circulante + realizável a longo prazo) / (passivo circulante + passivo não circulante.
Se isolado ele não possui grande poder de influência quanto os outros, mas consegue indicar se a organização está mantendo, conquistando ou perdendo sua capacidade para pagar as obrigações.
Como é feito o cálculo de índices de indicadores financeiros de endividamento?
Quando falamos em métricas para definir índices de indicadores financeiros, não podemos esquecer de calcular o percentual de endividamento. Ou melhor, verificar a qualidade da saúde financeira da empresa e o seu potencial ou não para investimentos futuros.
É mais uma ferramenta que a empresa possui para análise financeira. Para isso é preciso considerar o cálculo de estoque, produção, funcionários, receita, financiamentos, entre outros fatores.
Verificar e monitorar o passivo do empreendimento são primordiais para uma boa gestão. Para se obter o índice de endividamento geral, o EG precisa dividir o valor cheio das dívidas pelo total do ativo. Sua interpretação depende ainda de outros fatores:
– Composição do endividamento: CE = (passivo circulante / passivo total) x 100
– Participação de capital de terceiros: PCT = passivo total / ativo total
– Índice de cobertura de juros: ICJ = EBIT / despesas anuais com juros
– Imobilização do patrimônio líquido: IPL = ativo permanente / patrimônio líquido
– Índice de alavancagem
A partir da fórmula IA = dívidas totais / patrimônio líquido, o índice de alavancagem mede a capacidade que os capitais possuem de financiar o ativo líquido ou total de uma empresa.
Aponta o grau de endividamento em relação ao balanço, aos demonstrativos de resultados e de fluxo de caixa. Entre os índices de alavancagem mais comuns podemos citar:
* Relação dívida / ativo = dívida total / ativo total
* Índice de dívida / patrimônio líquido = dívida total / patrimônio líquido
* Índice de dívida / capital = dívida atual / (dívida total + patrimônio líquido)
* Índice de dívida / EBITDA = dívida total / lucro antes da depreciação e amortização dos impostos sobre juros
* Índice de patrimônio líquido = total de ativos / patrimônio líquido
Como analisar os indicadores financeiros de uma empresa?
Depois de conhecer melhor todos os tipos e nuances dos indicadores financeiros de uma empresa, é hora de saber como analisá-los. Será que sua organização está preparada para essa etapa?
Afinal são tantos detalhes, números e planilhas a serem considerados que nem sempre, encontramos os recursos adequados para essa finalidade.
Para ajudar nessa empreitada a Assensus Contabilidade oferece instrumentos modernos de gerenciamento e de planejamento organizacional. Tudo para assegurar que todas as etapas sejam simplificadas e cumpridas.
Contribui para definir os objetivos financeiros, mapear todos os processos, escolher os melhores KPIs até a verificação dos resultados. Para saber mais o que a Assensus pode fazer pelo seu negócio, acesse https://assensus.com.br/.
Conclusão
Como vimos até aqui, indicadores financeiros são primordiais em qualquer momento do negócio. Seja na abertura ou no decorrer do seu desenvolvimento. Ajudam na tomada de decisões mais seguras e certas. Servem para dimensionar o desempenho e os resultados.
Todos os gestores, independente do ramo de atuação ou do tamanho do negócio, devem conhecer muito bem todos os componentes e os departamentos de suas empresas. Desde as margens de lucro, o retorno do investimento ao custo e despesas operacionais.
São informações relevantes que podem indicar a boa saúde financeira ou não do empreendimento. Apontam pontos fortes e fracos. Ajudam na tomada de decisões cada vez mais assertivas.
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